Capítulo II
Os 40 Cursos do Telecentro
Antes de 2013 eu já estava tentando outras formas de ganhar dinheiro. Não cogitei a carreira de indie dev logo de cara. Antes de ingressar nessa carreira eu não sabia praticamente nada de programação de jogos, só sabia desenhar e arranhar um pouco no pixel-art. Por isso, tentei fazer um blog de história em quadrinhos, trabalhar como ilustrador freelancer, web-designer freelancer, dar aulas particulares de matemática, fazer manutenção de computadores… Nada disso deu certo.Hoje trabalho completamente sozinho como indie dev. Faço não só o game design, como também o roteiro, programação, pixel-art, level design, efeitos sonoros, trilha sonora, arte promocional, trailers, gestão financeira... Enfim, acho que já deu pra entender.
No entanto, não me tornei um solo indie dev pra dar uma de "fodão sabe-tudo", mas sim, por falta de opção mesmo.
O sonho de ser desenvolvedor profissional surgiu quando conheci o RPG Maker em uma revista (que não foi da Digerati), tinha por volta de 10 a 11 anos de idade. Fiquei louco com a ideia de fazer meu próprio RPG. Nessa época já havia jogado RPGs como Chrono Cross, Breath of Fire III e Legend of Legaia no meu PSX, mas não tinha um computador ainda.
Ganhei meu primeiro PC com 15 anos de idade (um Intel Celeron com 256 MB de RAM, que usei até os 24 anos). Nessa época pesquisei pelo RPG Maker na internet, também encontrei por engano outra engine (Game Maker, versão 6 na época, que achei um bicho-de-sete-cabeças do tutorial de plataforma em diante). Participei de alguns fóruns, como o falecido Jogos RPG e fiz alguns projetos bem toscos que nunca acabei (e já perdi de vista depois de algumas formatações).
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Interface do RPG Maker 2003 (imagem promocional oficial) |
Nessa época, também aproveitei que abriram um Telecentro na cidade pra fazer uns cursos profissionalizantes. Toda tarde depois do trabalho (de sanduíches naturais, lembra?) eu ia para o Telecentro fazer os cursos gratuitos. Fiz uns 40 cursos (sem exagero, e tenho os certificados aqui pra provar ).
Dentre os cursos que fiz estão: digitação, lógica de programação, webdesign, html, montagem e manutenção de computadores, primeiros socorros, cuidador de idosos (pra quem leu o capítulo anterior, já entendeu o porquê ) e vários outros.
Durante um bom tempo, eu acreditava que para ser desenvolvedor profissional de jogos, teria que aprender uma linguagem de programação "profissional", como C++. Usar engines pra desenvolver jogos comerciais ainda não tinha virado moda e muita gente enxergava RPG Maker e Game Maker como "brincadeira de criança" (coisa que também passei a acreditar). Por isso, passei a participar de uns fóruns "mais profissionais" sobre jogos, como o extinto PDJ e Unidev, mas mesmo tendo feito o curso de lógica de programação, sempre achei essas linguagens muito complicadas e os tutoriais na internet nunca me ajudaram em nada.
Então, acabei desistindo da carreira de programador profissional, por não "levar jeito".
Ainda assim, queria trabalhar com jogos. E jogos não são feitos apenas por programadores. Eles precisam das imagens na tela também, certo?
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